Poesia Concreta

Poesia concreta é um tipo de poesia vanguardista, de caráter experimental, basicamente visual, que procura estruturar o texto poético escrito a partir do espaço do seu suporte, sendo ele a página de um livro ou não, buscando a superação do verso como unidade rítmico-formal. Surgiu na década de 1950 no Brasil e na Suíça, tendo sido primeiramente nomeada, tal qual a conhecemos, por Augusto de Campos na revista Noigandres de número 2, de 1955, publicada por um grupo de poetas homônimo à revista e que produziam uma poesia afins.

 
Irmãos Campos e Pingnatari ao centro

Expressas em grande parte no seu manifesto paulista de 1958 (Plano-piloto para poesia concreta), e de maneira mais clara, o que levou à grande adesão de outros poetas do mundo inteiro a este grupo, incluindo o boliviano-suíço Gomringer (considerado por muitos europeus o principal e único expoente deste movimento), aparentemente, a poesia concreta opera por duas distinções básicas: a paranomásia e a disposição espacial dos vocábulos, frases ou caracteres.



Operando por paranomásia e não abandonando o uso da palavra, a poesia concreta não será definida exclusivamente como uma poesia visual.

No "Plano-piloto", considera-se como seus precursores, pela ordem de referência no manifesto, Ezra Pound, Apollinaire, Eisenstein, Mallarmé, James Joyce, e.e. cummings, futuristas, dadaístas, Oswald de Andrade, João Cabral de Mello Neto, Webern e seus seguidores, Mondrian, Max Bill, a Geração de Orpheu e outros modernistas e a arte concreta em geral.

Em tom radical, o manifesto declara o fim do verso como unidade rítmico-formal do poema, que passa a reconhecer o espaço como agente estrutural, deixando de desenvolver-se de maneira meramente temporal e linear, intentando a simultaneidade da comunicação não-verbal.
A poesia concreta também exerce forte influência na linguagem da propaganda.

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